FIV com doação de óvulos: a jornada extraordinária em busca da família dos sonhos

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 e 80 milhões de pessoas no mundo podem ser inférteis, com 35% dos casos relacionados a problemas femininos. Diante disso, a doação de óvulos surge como uma alternativa para casais que enfrentam dificuldades na concepção.

Esse ato de solidariedade e afeto permite que mulheres que não podem utilizar seus próprios óvulos tenham a chance de realizar o sonho da maternidade por meio da Fertilização In Vitro (FIV). Com a doação de óvulos, voluntária ou compartilhada, uma rede de esperança é construída, tornando possível a concretização do desejo de formar uma família. Leia o texto e saiba como!

O que é doação de óvulos e quando é indicada?

A doação de óvulos, conhecida também por ovodoação, é uma alternativa para casais com problemas de infertilidade relacionados à baixa reserva ovariana ou qualidade ruim dos óvulos. Nesse procedimento, a mulher receptora recebe óvulos saudáveis de uma doadora, de forma anônima (se não for uma parente), com o apoio da clínica escolhida.

Esse tratamento é recomendado ainda para pacientes que enfrentam problemas de fertilidade, como falhas em ciclos de FIV, menopausa precoce, ausência de ovários após cirurgias ou perda da capacidade de produção de óvulos devido à quimioterapia.

Qual é a diferença entre doação de óvulos voluntária e compartilhada?

Desde 2017, a doação de óvulos voluntária é permitida no Brasil pela resolução nº 2168 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Nesse processo altruísta, as doadoras passam por avaliação para garantir sua saúde e ausência de infecções sexualmente transmissíveis e doenças de alto risco. Se aprovadas, são submetidas a estimulação ovariana e, após a coleta, os óvulos são doados para uma receptora que, por algum motivo, não pode utilizar seus próprios óvulos para engravidar.

A principal diferença entre os dois tipos de ovodoação é que, na voluntária, a doadora não está participando de um tratamento de reprodução assistida para engravidar. Nesse caso, a doadora, de forma voluntária, doa parte dos seus óvulos.

Como essa técnica é realizada na fertilização in vitro?

A ovodoação compartilhada pode ser realizada apenas dentro do processo da Fertilização in Vitro, por isso, é uma das suas técnicas complementares. O tratamento consiste em cinco etapas:

Estimulação ovariana: o processo se inicia com a estimulação ovariana da doadora, que possui um papel fundamental durante o processo da FIV. O objetivo dessa etapa é desenvolver o maior número possível de folículos ovarianos. Para isso, a doadora recebe uma medicação hormonal. Todo o processo é monitorado de perto pelo médico por meio de ultrassonografia seriada.

Coleta dos óvulos e de sêmen: quando os folículos ovarianos atingem o tamanho adequado, eles estão prontos para serem coletados. A paciente é sedada e os folículos são aspirados por meio de uma agulha muito fina. O sêmen do parceiro é coletado nessa fase, em geral, por masturbação.

Fecundação: a inseminação na FIV acontece por meio da técnica injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), que consiste na inserção direta de um espermatozoide no óvulo. No processo da ovodoação compartilhada, os óvulos que não foram utilizados durante o processo da doadora são cedidos à receptora. Com isso, os gametas femininos doados são fecundados com os espermatozoides do parceiro da receptora.

Desenvolvimento embrionário: os embriões formados são colocados em uma incubadora por dois a cinco dias. 

Transferência embrionária: antes da última etapa da FIV, a receptora passa por um tratamento de preparo endometrial. Ela recebe medicação hormonal para tornar o seu endométrio (camada interna do útero) mais espesso. Na última etapa da FIV, os embriões são transferidos para o útero da receptora para serem implantados no endométrio.

Na ovodoação compartilhada, duas mulheres compartilham o material genético (os óvulos) e os custos do tratamento da fertilização in vitro. A técnica possibilita que mulheres que não possuem óvulos viáveis suficientes para a fecundação e casais homoafetivos masculinos possam ter filhos.

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