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Útero artificial pode revolucionar reprodução humana

Pense em uma grande bolsa cheia de líquido conectada a uma placenta artificial. Agora imagine que um bebê prematuro, é inserido dentro dessa bolsa para se desenvolver até que tenha condições de saúde suficientes para finalmente se aninhar no colo dos pais. Exatamente isso: a bolsa cheia de líquido está fora da mãe. Esse tipo de experimento parece ficção científica, mas pode revolucionar a reprodução humana. E, se depender do engajamento de pesquisadores, o protótipo desse “útero artificial”, de prematuro, não tem nada: ele deve ficar pronto em até cinco anos.

Os nomes por trás do projeto são as designers Lisa Mandemaker e Hendrik-Jan Grievink, que, desde do ano passado, se uniram ao pesquisador médico Guid Oei na busca por um dispositivo que simule as condições ideais do útero materno. Não é para menos, o nascimento prematuro ou seja, com o bebê entre 24 e 28 semanas de gestação, quando, passados nove meses de gravidez, o comum é ele nascer ao fim de 39 semanas, é uma das principais causas de morte entre os recém-nascidos.

Segundo reportagem do portal especializado em ciência e tecnologia The Futurism, Oei e colegas do Centro Médico Máxima, na Holanda, obtiveram uma doação de 2,9 milhões de euros (cerca de US$ 3,2 milhões, ou R$ 12 milhões) para desenvolver o protótipo. “Toda semana podemos prolongar o crescimento de um feto de 24 semanas em um útero artificial, aumentamos as chances de sobrevivência em 18%”, explicou a pesquisadora médica. De acordo com ela, o perigo de morte prematura provavelmente se esvai caso o desenvolvimento do feto se estenda para 28 semanas.

A expectativa de Oei é que o útero artificial fique pronto em até cinco anos, ainda que, reconheça, se trate de um trabalho ainda experimental. Em outras palavras: as consequências para o bebê ainda não são conhecidas. “Não sabemos nada sobre as implicações de curto e longo prazo”, definiu o pesquisador em uma entrevista.

Nem todas as perguntas tenham sido respondidas, uma vez que o projeto é experimental. Ainda assim, a possibilidade de se criar um protótipo artificial para o desenvolvimento de prematuros deve representar menor risco de vida a um número inimaginável de recém-nascidos e uma mudança nos conceitos sobre reprodução. A designer Lisa Mandemaker, por exemplo, aposta que os conceitos que o mundo tem hoje sobre reprodução deverão mudar, sobretudo se forem desafiados tecnologias do futuro. Daqui a alguns anos, explicou também à BBC News, um útero artificial pode ser uma nova escolha de vida para mulheres.

Não precisa se preocupar com náuseas matutinas, com as mudanças em seu corpo. Há essa narrativa na sociedade de que existe esse ideal de reprodução natural. A reprodução natural não é o único caminho.

Útero

O útero, um importante órgão feminino relacionado com a reprodução, apresenta um formato de pera e está localizado na parte anterior da cavidade pélvica. O útero é o órgão muscular e oco que está presente no corpo da mulher e é um dos componentes do sistema reprodutor feminino. Esse órgão é fundamental para a reprodução, uma vez que sua principal função é servir de local para o desenvolvimento do bebê.

Características:

O útero é um órgão muscular, de parede espessa e oco, que está localizado na parte anterior da cavidade pélvica, disposto, mais precisamente, na região acima da bexiga e em frente ao reto. Um útero, que apresenta um formato semelhante ao de uma pera, em sua condição normal, apresenta cerca de 7,5 cm de comprimento e 5 cm de largura(dimensões modificadas durante uma gravidez).

O útero destaca-se por ser um órgão relativamente móvel e fixado por ligamentos. Os ligamentos que garantem a fixação do útero são: largo, redondo, cardinal e uterossacro.

Esse órgão apresenta conexão direta com as tubas uterinas, que penetram o útero pela região superior. As duas tubas uterinas são órgãos também do sistema reprodutor e caracterizam-se por serem o local onde geralmente ocorre a fecundação.

O útero é o local onde o embrião e o feto irão desenvolver-se, sendo esse órgão, portanto, essencial no processo da reprodução humana. Após a fecundação, os cílios presentes na tuba uterina garantem que o embrião siga em direção ao útero. O bebê inicia seu desenvolvimento nesse órgão após a nidação, que é a implantação do embrião na parede uterina.

Quando observamos o útero, podemos identificar facilmente algumas partes. São elas:

Fundo: porção mais superior do útero que apresenta o formato de uma cúpula. Em cada lado do fundo, observa-se a penetração de uma tuba uterina.

Corpo do útero: região caracterizada por ser a parte mais dilatada do útero.

Cérvix, cérvice ou colo do útero: extremidade estreita e inferior do útero que se comunica com a vagina. O colo uterino mede cerca de 2 cm a 4 cm de comprimento.

A parede do útero é bastante desenvolvida, sendo observadas três camadas. São elas:

Camada externa: localizada mais externamente ao útero e é constituída de tecido epitelial.

Miométrio: é a mediana e destaca-se por ser uma camada muscular bastante espessa de tecido muscular liso. Nessa camada, observa-se feixes de fibras musculares lisas que estão separados por tecido conjuntivo. Essa camada do útero pode ser ainda dividida em outras três camadas, as quais estão entrelaçadas e, portanto, são muito mal delimitadas. A camada localizada no meio dessas camadas caracteriza-se por apresentar uma grande quantidade de vasos sanguíneos, os quais são fundamentais para a irrigação do órgão.

Endométrio: reveste o interior da cavidade uterina, a qual se caracteriza por possuir um formato triangular. O endométrio pode ser dividido em duas camadas: a camada basal e a camada funcional. O nome dessas duas camadas já sugere suas principais características, sendo a primeira mais profunda e próxima ao miométrio e a segunda a que sofre mudanças durante os ciclos menstruais. É essa última parte que é perdida durante o processo de menstruação. Vale destacar que, após a menstruação, o endométrio começa a reconstruir-se por meio de divisão de novas células.

Colo do útero

O colo do útero é uma importante parte do útero e, como frisado anteriormente, caracteriza-se por ser a parte mais baixa desse órgão. Essa região, diferentemente do restante do órgão, apresenta uma menor quantidade de tecido muscular liso, sendo formada, principalmente, por tecido conjuntivo.

Essa parte do útero é muito importante para o processo de fecundação, uma vez que as secreções cervicais são importantes para garantir a penetração do esperma no útero. No período de ovulação, as secreções tendem a ser mais fluidas, o que facilita do deslocamento do espermatozoide.

Outro ponto importante, e que deve ser frisado a respeito do colo do útero, é o desenvolvimento do câncer cervical, também chamado de câncer do colo do útero. Esse tipo de câncer apresenta relação direta com a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), sendo a transmissão geralmente por via sexual. A prevenção desse câncer pode ser feita com vacinação, diminuição do número de parceiros sexuais e uso de preservativos.

Útero retrovertido

Analisando a posição do útero, podemos dizer que ele é antevertido ou retrovertido. O útero é antevertido quando está flexionado sobre a bexiga, voltado para a região anterior do corpo. Essa condição é observada na maioria das mulheres. Em algumas mulheres, no entanto, o útero apresenta-se retrovertido, ou seja, ele está flexionado para trás.

O útero retrovertido pode causar certos incômodos na mulher, a qual pode sentir dores na região baixa do abdômen e nas costas, desconforto em algumas posições sexuais e doresno momento de evacuar e urinar.

Curiosidades

  • Durante a gestação, o miométrio desenvolve-se devido a um aumento do número e do tamanho das células do tecido muscular liso, do qual ele é constituído.
  • Ao fim da gestação, algumas células musculares são degeneradas e outras diminuem de tamanho, garantindo o retorno do útero ao tamanho normal.
  • A menstruação da mulher dura, em média, de 3 a 4 dias, e nada mais é que a eliminação de pequenos pedaços do endométrio e de sangue que é liberado, graças ao rompimento de vasos durante o processo.
  • Quando ocorre a gravidez, o ciclo menstrual é interrompido.
  • Em algumas mulheres, observa-se a presença de porções do endométrio em localização extrauterina, uma condição denominada de endometriose. A mulher com endometriose pode apresentar dores pélvicas, infertilidade, dor uterina e dor durante a relação sexual.
  • O câncer do colo do útero apresenta relação direta com a infecção por HPV (Papilomavírus Humano).
  • O câncer de colo do útero, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (excetuando-se o câncer de pele não melanoma). Esse tipo de câncer está atrás apenas do câncer de mama e do colorretal.
  • O câncer de colo de útero é, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

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