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Parto prematuro: um risco sério

Muitos fatores podem desencadear o trabalho de parto antes da época prevista. Os mais frequentes incluem infecção urinária, desidratação, estresse, acidente que cause trauma ao abdômen, incompetência cervical e defeitos congênitos dos bebês. Entre as mulheres que esperam gêmeos ou trigêmeos, o tamanho do útero e o peso dos bebês são fatores extras de risco porque aumentam a pressão sobre o colo. Os gêmeos têm 2,5 mais chances de nascer antes da hora do que os bebês únicos; no caso dos trigêmeos, a margem aumenta.

Prevenir o parto prematuro é mais eficaz do que tentar detê-lo, uma vez que ele comece. Se a gestante é tratada até 24 horas depois do surgimento dos primeiros sinais – com repouso e medicações que inibam as contrações –, as chances da gravidez prosseguir ainda são boas: 50%. Mas se as contrações tiverem progredido a ponto de dilatar o colo do útero em 3 centímetros, o parto dificilmente poderá ser retardado por mais que 48 horas. Quando a bolsa rompe, os bebê tem de nascer em dois dias: as contrações se acentuam e cresce o risco de infecção, um fator agravante até para os que nascem a termo.

 

A conduta médica mais usada hoje em relação ao parto prematuro consiste em identificar as pacientes de risco e acompanhá-las de perto, fazendo avaliações internas do cérvix e ultrassons mais freqüentes. O repouso preventivo nos últimos meses é muito comum em gestações gemelares e trigemelares.

 

Alguns ajustes preventivos no estilo de vida podem ser adotados por gestantes de múltiplos ainda no começo da gravidez: aumentar o consumo de líquidos, para evitar a desidratação, não erguer ou carregar peso, não fazer esportes perigosos e nem se exercitar a ponto de elevar a temperatura do corpo. Relaxar também é importe: o estresse emocional pode aumentar a pressão e os batimentos cardíacos e precipitar o trabalho de parto.

 

É importante ficar atenta aos primeiros sinais de parto prematuro. Avise ao médico imediatamente se tiver um ou mais de qualquer um desses sintomas:

 

Contrações ritmadas (quatro por hora)

Cólicas

Perda de água

Corrimento

Sangramento

 

Parto e UTI neonatal

 

O parto de múltiplos e seus riscos; o que é uma UTI neonatal; amamentação e complementação

 

Em qualquer gestação que transcorra normalmente, os médicos tentarão manter os bebês no útero o maior tempo possível, sejam quantos forem. Alguns fatores, porém, podem antecipar o nascimento, levando o obstetra a fazer uma cesareana antes de a mãe apresentar qualquer sinal de parto. Os mais comuns entre esses fatores são pré-eclâmpsia ou diabetes maternas, descolamento de placenta e placenta prévia. O parto também será antecipado se um ou mais gêmeos não estiver crescendo como os outros e/ou apresentar qualquer sinal de sofrimento.

 

Quando tudo corre bem, boa parte dos médicos esperará pelo início do trabalho de parto, ainda que haja uma indicação clara para uma cesareana – como é o caso de muitas gestações múltiplas. Sangramento ou corrimento com sangue, contrações dolorosas ou ritmadas, sensação de pressão na região pélvica e perda de água – seja um corrimento leve, seja uma quantidade maior – podem anunciar que o colo do útero começou a dilatar, ou que está prestes a começar.

 

Para as mulheres que esperam gêmeos, as chances de parto normal são pequenas, mas existem. Quando há mais de dois bebês no útero, porém, uma cesareana estará sempre indicada.

 

Parto natural ou cesareana?

 

Nas gestações gemelares, os médicos provavelmente evitarão o parto natural se a mãe tiver feito uma cesareana anterior, já que isso a predispõe a sofrer uma ruptura do útero no esforço do nascimento. No caso de gêmeos idênticos que partilham a mesma bolsa amniótica, o parto vaginal também estará sempre contraindicado. Gêmeos monoamnióticos tendem a se enroscar nos cordões umbilicais um do outro, o que torna o parto natural perigoso.

 

Nos outros casos, se a mãe não tiver qualquer problema de saúde e nenhum dos bebês apresentar sinal de vitalidade diminuída, a realização do parto normal vai depender, fundamentalmente, da posição em que os gêmeos se encontrarem no útero no momento de nascer. Esse posicionamento, que os médicos chamam de apresentação para o parto, normalmente se define por volta da 30ª semana, e será avaliado por ultrassom antes da hora do nascimento.

 

Posições no útero

 

Há uma gama considerável de variações para as posições que os gêmeos podem tomar no final da gestação. Quando a hora do parto chega, podem estar ambos de cabeça para baixo, na posição cefálica; um deles pode estar com a cabeça encaixada no canal vaginal e o outro, sentado, em posição pélvica; um gêmeo pode estar sentado ou em posição encefálica e o outro, atravessado no útero; ou os dois podem estar atravessados.

Na gestação gemelar, só uma situação é favorável ao parto vaginal: se os dois gêmeos estiverem em posição cefálica, ou seja, com a cabeça para baixo. Isso acontece em cerca da metade das gestações de gêmeos. Nesse caso, quando o primeiro bebê sair pelo canal vaginal, o segundo estará se encaixando para nascer. Isso facilitará o trabalho dos médicos e reduzirá o intervalo entre os nascimentos – o que é importante, já que o colo do útero pode perder parte da dilatação após o nascimento do primeiro bebê.

 

Se um dos bebês estiver em posição cefálica e um segundo estiver sentado (posição pélvica), é possível tentar inverter a posição do segundo bebê manualmente durante um parto natural. Nessa e em outras configurações, ainda menos favoráveis, porém, o parto vaginal torna-se arriscado. O pé de um bebê pode estar obstruindo a saída do outro, ou o bebê que está mais longe do canal vaginal pode ser maior que do primeiro, e apresentar mais dificuldade para nascer, sobretudo se estiver sentado.

Texto retirado do livro escrito pela Dra. Silvana Chedid “A mágica dos gêmeos e trigêmeos”.

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