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Mioma e Infertilidade

Após luta para engravidar, a fonoaudióloga Flavia Giacinto criou um grupo de apoio a mulheres com problemas de fertilidade

Foram seis anos de tentativas sem sucesso, diagnósticos desencontrados e inúmeros tratamentos para realizar o sonho de se tornar mãe. A fonoaudióloga Flavia Giacinto, hoje com 40 anos, tinha 28 quando ouviu de um médico que não poderia ter filhos. Diagnosticada com miomas e menopausa precoce, ela enfrentou uma longa e difícil trajetória até ter em seus braços a pequena Luisa, hoje com 6 anos.


Flávia sempre quis ser mãe e tirou mais de 50 miomas em duas cirurgias entre 2008 e 2014. Neste mesmo período, fez tratamentos para combater focos de endometriose, cistos hemorrágicos, passou por estímulos aos ovários para três tentativas frustradas de fertilização e chegou a entrar na fila para a doação de óvulos de outra mulher.

“Foi uma luta intensa, uma trajetória muito difícil. Assim que recebi o diagnóstico me senti desemparada, só achava histórias trágicas na internet. E me ver prestes a escolher uma doadora de óvulo foi um marco especialmente complicado. Não estava pronta para aceitar que eu geraria um filho do meu marido com outra mulher”, lembra.

Antes de dar esse importante passo, Flávia decidiu procurar um novo médico. “Ele me pediu uma bateria de exames e descobriu que eu tinha um HPV não curado. Eu e meu companheiro fizemos o tratamento e um mês depois eu engravidei”, conta. “Não dá para saber exatamente o que aconteceu. Eram tantos remédios, tantos tratamentos…”.

Grávida, a maternidade passou de um sonho inalcançável para a realidade do dia a dia. “A minha relação com a maternidade passou por diversos graus. Eu idealizava a maternidade e quando engravidei me fechei. Me tornei uma mãe leoa, tinha muito medo de perder a Luísa, de não chegar ao final da gestação, especialmente por ter sido tão complicado engravidar. Quando ela nasceu, nasceu uma nova mãe. Olhei para formação familiar, para aquilo que eu não queria que acontecesse com ela, e meu foco passou a ser desromantizar a maternidade. Acho que se eu não tivesse passado por tudo que passei até conseguir engravidar da Luísa, seria um tipo diferente de mãe. A Luisa é minha realização como pessoa, como ser humano.”

Apoio a outras mulheres

Com o nascimento de Luísa, um novo ânimo. Flavia transformou a dor em força para apoiar outras mulheres em suas trajetórias. Em 2015, fundou o Gammi (Grupo de Apoio a Mulheres com Miomas e Infertilidade)

O Gammi é um grupo virtual, sem fins lucrativos, criado para acolher e apoiar mulheres com problemas de fertilidade. “Queria oferecer o apoio de que senti tanta falta quando recebi o diagnóstico. A ideia é desmistificar o vocabulário médico, traduzir. Hoje são mais de 15 mil mulheres no grupo.”

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