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Infertilidade

Sabe-se que 80% dos casais que têm relações sexuais regulares (aproximadamente duas ou mais vezes por semana) durante um ano, e que não usam métodos anticoncepcionais, conseguem engravidar. Não tendo problemas de fertilidade, a chance de um casal engravidar é de aproximadamente 25% ao mês. Por essa razão, convém esperar pelo menos um ano para se cogitar a infertilidade e iniciar-se a investigação médica.
A infertilidade pode ser causada por inúmeros fatores relacionados à mulher, ao homem ou a ambos. Na maioria das vezes, é a combinação de vários fatores que acaba resultando na dificuldade de engravidar.

Causas da infertilidade:

A infertilidade pode ser causada por inúmeros fatores relacionados à mulher, ao homem ou a ambos. Na maioria das vezes, é a combinação de vários fatores que acaba resultando na dificuldade de engravidar.

Causas mais comuns na mulher:

1 – Mulheres com obstrução nas trompas – Se as trompas estiverem obstruídas, o óvulo liberado pelo ovário não conseguirá encontrar o espermatozoide e a fertilização não acontecerá. A obstrução nas trompas em geral ocorre como consequência de um processo infeccioso. Comumente transmitidas por contato sexual, essas infecções genitais nem sempre são sintomáticas para a mulher; podem se manifestar apenas como um corrimento, sem dor ou febre, ou com sintomas muito leves. Se não forem tratadas a tempo, as infecções podem atingir o útero e as trompas causando endometrite (infecção do endométrio) ou anexite (infecção das trompas e dos ovários), evoluindo com obstrução e lesão das trompas, além de poder causar aderências ao redor destas e dos ovários.

2 – Problemas de ovulação – Os ovários produzem folículos que contêm os óvulos. Algumas mulheres podem ter problemas de ovulação e não ovularem quase nunca ou muito esporadicamente. As causas mais frequentes de problemas ovulatórios são:

◦ Problemas nos ovários: mulheres que têm, por exemplo, ovários policísticos podem tê-los aumentados de tamanho em razão dos múltiplos microcistos. Passam a não produzir os hormônios femininos normalmente e, como consequência, o crescimento dos folículos e a ovulação são afetados. Devido ao desequilíbrio na produção hormonal, algumas mulheres podem também apresentar obesidade, acne e aumento de pelos no corpo. Convém frisar que nem sempre essas características estão presentes todas juntas.

◦ Problemas em outras glândulas: tanto o hipertireoidismo (funcionamento aumentado da tireoide) como o hipotireoidismo (funcionamento diminuído da tireoide) podem interferir no funcionamento dos ovários. Isso se explica, pois todos os nossos órgãos e glândulas do sistema endócrino estão interligados, e os hormônios produzidos por uma glândula vão interferir no funcionamento de outras.

3 – Problemas no útero – Os miomas (ou fibromas) e as malformações uterinas causam infertilidade em muitos casos.

◦ Fibromas: são tumores benignos que podem aparecer em qualquer parte do útero. Dependendo de sua localização e de seu tamanho, podem tanto dificultar a gravidez como aumentar os riscos de abortamento. Se os fibromas forem muito grandes ou localizados próximo das trompas, é necessário que sejam retirados cirurgicamente.

◦ Malformações uterinas: existem úteros divididos em duas partes (útero bicorno), úteros divididos ao meio por um septo (útero septado) etc., alguns desses problemas podem ser corrigidos através de cirurgia, com bons resultados.

4 – Endometriose – Doença bastante frequente e muito debilitante, a endometriose se caracteriza pela presença de endométrio fora do útero: nas trompas, nos ovários, no peritônio e até em órgãos como intestino, bexiga, ureteres e pulmões (normalmente o endométrio se localiza apenas na parte interna do útero). Além de dores abdominais, cólicas menstruais intensas e, às vezes, dor durante as relações sexuais, a endometriose pode causar obstrução nas trompas, problemas de ovulação e cistos nos ovários. O tratamento se dá através de cirurgia, medicamentos ou de combinação dos dois.

5 – Hostilidade do muco cervical – Produzido pelas glândulas do colo do útero, o muco cervical é a secreção que vai permitir a entrada dos espermatozóides no útero. Em algumas situações o muco pode apresentar-se mais espesso e hostil à penetração dos espermatozóides. E esse problema é detectado através do teste de Sims-Huhner (ou teste pós-coito): colhe-se uma amostra do muco cervical algumas horas após o casal ter mantido relação; o muco é examinado ao microscópio, onde se deve observar a presença de espermatozóides móveis.

Causas mais comuns no homem:

A infertilidade de causa masculina é detectada basicamente por alterações no espermograma (exame para avaliar o esperma). Essas alterações são indicativas de problemas na produção dos espermatozóides do testículo, ou seja, homens que não produzem espermatozóides ou que os produzem em número muito baixo ou com mobilidade muito diminuída.

A diminuição ou a interrupção da produção dos espermatozóides pode ter origem hormonal, como consequência de processos infecciosos (por doenças sexualmente transmissíveis ou pós-caxumba), ou ainda por causas não identificadas.

A saída dos espermatozóides do testículo pode ser prejudicada pela obstrução dos canais deferentes (em geral causada por infecção) ou pela ausência deles.
Há uma situação em que tanto o homem quanto a mulher produzem anticorpos antiespermatozóides.

Anticorpos são células que têm a função de nos defender do ataque de microrganismos, como vírus e bactérias. Em alguns momentos nosso organismo produz, erroneamente, anticorpos contra suas próprias células, causando as chamadas doenças auto-imunes ou imunológicas. Quando o organismo produz anticorpos contra os espermatozóides, estes perdem seu potencial de fertilização – a chamada infertilidade de causa imunológica.

A produção de anticorpos antiespermatozóides é comum nos homens que fizeram vasectomia, mas pode estar presente também nas mulheres. Trataremos disso mais adiante no mito que se refere à vasectomia e à ligadura de trompas.

Texto retirado do livro escrito pela Dra. Silvana Chedid “Infertilidade”. Veja as causas mais comuns da infertilidade | www.chedidgrieco.com.br/livros

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