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Gravidez após 40 anos de idade

Dra Silvana Chedid, é entrevistada pela repórter Luiza Barufi da rádio BR Mais News, para falar dessa vez sobre “Gravidez após 40 anos requer cuidados”

Gravidez após os 40 anos pode ser considerada de risco, quem explica é a ginecologista Silvana Chedid.

“A mulher após os 40 anos tem mais riscos de ter uma doença, como por exemplo a pressão alta, o diabetes, e essas situações podem complicar a gravidez, demandando então um pré-natal com um médico que seja especializado em gestações de alto risco”, relata Silvana.

Alguns fatores podem complicar ainda mais as condições da mulher que engravida após os 40 anos de idade. “Agora, se além da idade, a mulher for fumante, tiver sobrepeso e eventualmente já é portadora de pressão alta, resistência à insulina, ou até mesmo o diabetes, aí realmente se torna uma gravidez mais complicada. E pela questão da idade, nós temos também o problema do envelhecimento dos óvulos”, diz Silvana.

A especialista Silvana Chedid alerta que a gravidez pode ter uma boa evolução, com a colaboração da mulher à partir de hábitos de vida saudáveis e um acompanhamento específico.

“Então é uma gravidez de maior risco que merece um pré-natal bastante cuidadoso e a colaboração da mulher, no sentido de fazer a parte dela para manter um peso corporal adequado e hábitos de vida saudáveis que vão ajudar na evolução dessa gestação”.

Vantagens e desvantagens

Tendência à parte, uma mulher de mais de 40 anos pode enfrentar dificuldades um pouco maiores do que a mulher mais jovem para se reproduzir. O declínio da fertilidade feminina não é mito, mas fato. Aos 40 ou mais, a produção de óvulos não apenas será menor, como pode ter declinado a ponto de impedir a concepção. O risco de sofrer um aborto natural aumenta com a idade; as chances de gerar um bebê com malformação ou anomalia cromossômica, como a que causa a Síndrome de Down, também. Na gestação, uma mulher de mais de 40 anos tem um pouco mais de chance de desenvolver problemas como a diabetes gestacional e a hipertensão arterial, que podem ter consequências sérias.

Em termos estritamente biológicos, pode ser que, entre uma gestante de 20 e uma de 40 anos, a segunda esteja, em princípio, em ligeira desvantagem. Por outro lado, nossa experiência tem mostrado que raramente a idade é, em si, um fator determinante para o sucesso ou insucesso de uma gravidez. O estilo de vida, por exemplo, é muito mais. Uma mulher que tenha boa alimentação, mantenha-se num bom peso, pratique exercício físico regularmente e não fume sempre estará melhor preparada para a gestação do que outra com hábitos menos saudáveis _ e isso independentemente da idade.

Além disso, uma mulher que decide ter um bebê no meio da vida certamente terá mais maturidade para enfrentar os desafios (e desfrutar dos prazeres) da maternidade do que teria aos 20. A seu favor, pesam elementos que contam, e muito, na hora de trazer uma criança ao mundo. Estes fatores incluem experiência ampliada de vida, capacidade testada de lidar com situações novas, consciência do próprio corpo e informação sobre alimentação e saúde.

Aos 40 anos, você provavelmente terá mais recursos para enfrentar crises de qualquer tipo com mais calma e eficiência. Também terá muito menos dificuldade, por exemplo, para trocar uma parte de seus compromissos sociais por noites em casa, descansando e cuidando do bebê depois de tantas festas, terá aprendido a distinguir o que é imperdível e o que é perfeitamente dispensável. E estará em melhores condições de entender os riscos envolvidos no consumo de álcool na gravidez, no ganho excessivo de peso, no estresse.

As chances de que a mulher que resolve ter filho nessa idade goze de uma boa situação financeira e possa, entre outras coisas, contar com ajuda nos cuidados com o bebê também são altas. Segundo dados do IBGE, da mesma maneira que acontece nos países desenvolvidos, no Brasil as mulheres que se tornam mães pela primeira vez entre 40 e 49 anos fazem parte de um segmento populacional de alta escolaridade e alto poder aquisitivo. Além disso, 58,8% são economicamente ativas.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

A capacidade reprodutiva da mulher depois do 40; tratamentos de reprodução assistida; o que é fertilização in vitro; preservação da fertilidade; por que optar por óvulos doados; diagnóstico pré-implantação; útero de substituição

Você possivelmente conhece uma mulher que tenha engravidado após os 40 anos sem qualquer tratamento. A rigor, a gravidez pode acontecer espontaneamente mesmo que a mulher já esteja numa idade considerada avançada para a reprodução, desde que o casal tenha vida sexual e que nenhum dos parceiros apresente algum problema sério de fertilidade. As estatísticas mostram, contudo, que a gestação tardia é um evento raro. Quando uma mulher tem 20 anos, suas chances de engravidar naturalmente são de quase 80%. Aos 40, elas estão reduzidas a 5%.

A razão para isto é bastante conhecida: na mulher, a fertilidade declina com a idade. Dos 15 aos 25 anos, ela vive o auge de sua capacidade reprodutiva. A partir daí, essa capacidade começa a decair, o que se intensifica depois dos 35 anos. Embora a menstruação só cesse, em média, por volta dos 50 anos, menos do que 30% das mulheres com mais de 40 estão aptas a engravidar naturalmente.

Dois outros riscos importantes ligados à reprodução crescem com a idade, influindo nas perspectivas de quem quer ser mãe depois dos 40. Mulheres mais velhas sofrem mais abortamentos, principalmente por problemas cromossômicos, mas também por falhas na implantação do embrião no útero. Os riscos de dar à luz bebês com anomalias cromossômicas, como a Síndrome de Down, por exemplo, aumentam.

Com tantos obstáculos naturais no caminho, como se explica o evidente crescimento do número de mulheres que se tornam mães de crianças saudáveis com 40 anos ou mais?

Por que a idade traz infertilidade?

Para entender o que os tratamentos de infertilidade podem fazer pela mulher de mais de 40 anos que sonha ser mãe, é preciso compreender porque a idade pesa tanto na fertilidade da mulher e em sua capacidade de gerar filhos saudáveis. O motivo é simples. Diferentemente do homem, que produz novas levas de espermatozóides a cada 45 dias, a mulher já nasce com todos os folículos que se transformarão em óvulos ao longo de sua vida, da primeira à última menstruação.

Com os anos, a reserva dos folículos armazenados nos ovários diminui. O resultado é que a mulher começa a produzir óvulos com menos frequência e/ou com problemas cromossômicos logo, menos aptos para a reprodução e mais propensos a gerar embriões que carregam essas alterações.

O processo de envelhecimento ovariano independe da qualidade de vida da mulher. Ou seja: acontece mesmo com aquelas que se mantêm jovens, saudáveis e em boa forma física. A não ser que a mulher tenha também um problema físico que cause infertilidade como uma obstrução nas trompas causada por uma infecção ou um mioma que reduza o espaço da cavidade uterina , o maior desafio de um tratamento de infertilidade nessa faixa etária são as dificuldades e riscos associados ao envelhecimento dos óvulos.

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